A Herdeira - Kiera Cass

Livro: A Herdeira
Autor (a): Kiera Cass
Editora: Seguinte
Ano: 2015
ISBN 978-85-65765-65-7

"No quarto volume da série que já vendeu mais de 500 mil exemplares no Brasil, descubra o que vem depois do “felizes para sempre”. Vinte anos atrás, America Singer participou da Seleção e conquistou o coração do príncipe Maxon. Agora chegou a vez da princesa Eadlyn, filha do casal. Prestes a conhecer os trinta e cinco pretendentes que irão disputar sua mão numa nova Seleção, ela não tem esperanças de viver um conto de fadas como o de seus pais… Mas assim que a competição começa, ela percebe que encontrar seu príncipe encantado talvez não seja tão impossível quanto parecia."

*Livro cedido em parceria com a Editora Seguinte.

Oie, tudo bom?

É impossível tecer comentários sobre esse livro sem falar um pouco dos três livros anteriores da série, ou seja, se você ainda não conhece a série, sugiro que aprecie essa resenha com moderação. Não deixem de conferir as resenhas de A Seleção, A Elite e A Escolha e Contos da Seleção aqui no blog.

A Herdeira acontece 20 anos depois da Seleção ocorrida nos primeiros livros da série, em que America Singer participou com outras 34 garotas em busca do coração do Príncipe Maxon. Quem já leu a série sabe que America nunca quis participar, mas acabou dentro de um triângulo amoroso cheio de dúvidas em relação a seus sentimentos.

Vinte anos depois, a princesa Eadlyn Schreave está sendo preparada para ser a rainha. Ela e seu irmão Ahren são gêmeos, mas por uma diferença de sete minutos fez com que ela se tornasse a herdeira do trono de Illéa. Desde pequena ela estava sendo testada diariamente para o momento em que irá substituir seu pai. 

"Por ínfimos sete minutos cheguei ao mundo antes do meu irmão, Ahren, e o trono que deveria ser dele passou a ser meu. Se eu tivesse nascido uma geração antes, esse detalhe não teria feito diferença. Ahren era homem; Ahren seria o herdeiro." (pág. 7)

As castas foram abolidas, mas essa ação não estabilizou a situação política de Illéa. Várias pessoas começaram a sofrer discriminação pelas castas de suas famílias e isso ocasionou revoltas pelo país e resultando em crimes e mortes. Além disso, todos esses problemas afetaram a realeza e consequentemente o futuro reinado de Eadlyn. Maxon acaba sugerindo a realização da Seleção para distrair a população um pouco, enquanto ele tenta acalmar os ânimos, mas para isso ele tem que enfrentar a ira da filha que nunca quis governar com um homem ao seu lado.

Eu comecei a ler esse livro com bastante receio por causa dos comentários em relação a protagonista e realmente tenho que concordar que a Eadlyn é uma "vaca". Perdoem minhas palavras..kkkk, mas ela é muito mimada, prepotente, preconceituosa e metida. Várias vezes durante a leitura eu me perguntava como as pessoas podem gostar dela, mas a verdade é que ela causa muita raiva em quem a cerca. Com os selecionados não foi diferente e muitos chegaram a enfrentá-la no processo. 

Eu sei que a Eadlyn cresceu em um ambiente de riqueza, mas seu irmão teve a mesma criação e não tem esse tipo de atitude. Eu entendo que ela sempre sofreu muita pressão, mas isso não justifica seus atos. Outra coisa que me irritou foi a protagonista ficar repetindo o quanto era poderosa e importante.

"Eu era Eadlyn Schreave, Nenhuma pessoa era tão poderosa quanto eu." (pág. 25)

"Você é tão mimada, tão desagradável...mas estou aqui para o que precisar." (pág. 207)

Foi diferente e curioso voltar ao mesmo ambiente 20 anos depois. Alguns personagens antigos reaparecem, mas a Kiera não focou neles durante o livro. Mesmo assim, eu adorei rever a America, Maxon, Marlee, Aspen e Lucy.

Outro ponto positivo foi conhecer a visão do representante da monarquia em relação a Seleção porque nos três primeiros livros tínhamos apenas a visão da America, uma das selecionadas. Mesmo com toda a prepotência, Eadlyn também tem preocupações e dúvidas sobre seu futuro. Imagina escolher seu futuro marido entre garotos que você nunca viu.

Foi muito bom rever alguns momentos da Seleção, principalmente em relação aos encontros com os selecionados e os sentimentos em relação a eles. 35 garotos em busca do coração de uma princesa que acha impossível se apaixonar.

"Queria ser responsável pelo meu caminho. Pensei se essa não seria a razão para eu ter erguido uma muralha à minha volta: talvez eu sentisse medo de que alguém cruzasse essa barreira e tomasse o controle da minha vida." (pág. 251)

Eu pensei que fosse odiar o livro, mas confesso que finalizei a leitura com o coração na mão e ansiando pelo próximo. A escrita da Kiera Cass continua extremamente fluida, leve e faz com que a gente aprecie cada capítulo de uma forma deliciosa. Amo autores que conseguem transformar seus textos em agradáveis momentos para o leitor. Mesmo com uma protagonista insuportável, ela conseguiu me conquistar e me manter presa na história.

Para compensar a chatice da Eadlyn, os personagens secundários me agradaram bastante. Ahren, Kile, Henri e Erik foram personagens que me conquistaram pelas suas características. Dentre eles, Kile foi meu preferido porque ele é inteligente e atrevido na medida certa.

A Herdeira foi uma leitura mais bacana do que imaginei e continuo amando o jeito despretensioso dessa série. Não tenho problema com o fato da história não focar na distopia porque isso nunca foi uma proposta da Kiera Cass.

Indico a leitura para todos que curtiram os três primeiros livros da série. A Herdeira trás um olhar diferente da Seleção sob a visão de uma nova protagonista.

Beijos!