A Seleção - Kiera Cass

Livro: A Seleção
Autor (a): Kiera Cass
Editora: Seguinte
Ano: 2012
ISBN 978-85-65765-01-5

"Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças de dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha. "

*Livro cedido em parceria com a Editora Seguinte.

Oie, tudo bom?

Finalmente eu consegui ler a aclamada distopia da Kiera Cass e não poderia estar mais arrependida por ter demorado tanto para ler o primeiro livro da trilogia. A Seleção se mostrou um livro divertido, apaixonante, intrigante e interessante.

Esse livro se passa no mundo distópico em um país chamado Illéa, que fica no local onde é atualmente os Estados Unidos. Em Illéa toda a sociedade é dividida em castas separadas por números que vão do um ao oito. A primeira casta é para a família real e casta número 8 é destinada para a escória. Elas são hereditárias e definem as profissões, os estudos, a quantidade de filhos e as condições financeiras de uma família.

"Eu era feliz por Illéa existir. O país tinha escapado por pouco de virar um monte de escombros. Só que essas regras começavam a me sufocar, como correntes invisíveis que me prendiam ao chão. Leis sobre quem você podia amar, formulários sobre sua virgindade...Era detestável!" (pág. 71)

América Singer, nossa protagonista, é uma Cinco e pertence a casta dos artistas. Ela vive com os pais e os irmãos e todos tem que trabalhar para ajudar no sustento familiar. Ela canta, toca diversos instrumentos e sonha em se casar com Aspen com quem mantém um namoro secreto há dois anos. O problema é que Aspen é um seis (pessoas que trabalham como ajudantes) e dificilmente uma pessoa se casa com alguém de uma casta menor que a sua. Além disso, a mãe de América sonha com uma vida melhor e vê na filha uma oportunidade para que a família conquiste alguns degraus na sociedade.

"Não queria ser da realeza. Não queria ser Um. Não queria nem tentar." (pág. 7)

Quando inscrições para a Seleção (reality show para escolher uma esposa para o príncipe Maxon) são abertas, América é pressionada pela mãe e pelo próprio Aspen para se inscrever. Mesmo relutante ela se inscreve e entra para a lista de 35 garotas que vão para o palácio viver nesse reality show para conquistar o coração do príncipe. Além disso, ela sofre uma grande decepção com Aspen que faz com que a ida para o palácio pareça mais fácil.

O que mais gosto nas distopias é a possibilidade de conhecer uma estrutura governamental e social bem diferente da que vivemos. Em A Seleção a desigualdade social é latente e quem vive da casta quatro para baixo tem que se submeter há muitos sacrifícios para se alimentar. Uma das leis que mais chamou minha atenção é a que proíbe os mais pobres de usar métodos contraceptivos, ou seja, essas famílias têm vários filhos que se tornam bocas demais para alimentar. Gostei quando a autora explica o funcionamento dessa sociedade logo de cara, pois facilitou a compreensão da história. 

América chega ao palácio "armada" e disposta a não mover um dedo para ficar no concurso. Porém, ao conhecer Maxon pessoalmente, ela descobre que ele não é um príncipe prepotente e aproveitador. Os dois conversam e ela passa a considerá-lo melhor. Eu me tornei #TeamMaxon porque gosto da simplicidade que o personagem tem apesar do ambiente que ele nasceu e viveu. Ele é simpático com todas as participantes, se preocupa com seu país e se importa muito com a América. Os dois tem uma ótima química e me fizeram rir em vários momentos quando estavam juntos.

"E a ideia de entrar em um concurso que o país inteiro acompanharia só para ver um riquinho esnobe escolher a moça mais linda e sonsa do grupo para ser o rosto calado e bonito que apareceria ao lado dele na tv....era o bastante para me fazer gritar." (pág. 14)

O que me incomodou nesse livro foi o triângulo amoroso, pois achei totalmente desnecessário que América ficasse tão indecisa. Aliás, parece um excesso de má fé fazer isso com Maxon e Aspen, por mais que eu entenda que essa manobra é importante para o desenvolvimento da trilogia.

Além disso, a personagem se contradiz demais em suas atitudes e isso é irritante em alguns momentos. Uma coisa é você não querer algo, outra bem diferente é dizer Não e logo depois suas atitudes demonstrarem Sim. As decisões dela nunca eram seguras em relação aos sentimentos que nutria.

Foi bacana a forma com que a autora apresentou os outros personagens, principalmente as participantes do concurso porque elas possuem interesses e caráter bem distintos. Gostei muito do relacionamento da América com sua família e tive muita raiva da mãe dela porque ela me pareceu bem interesseira. Eu sei que no fundo ela quer o bem da família, mas não pensa no bem da própria filha. América, ao contrário, é uma pessoa que pensa no bem das pessoas que ama e isso não se restringe apenas a sua família.

A Seleção é um livro muito tranquilo de ler, leve, dinâmico, divertido e instigante. A escrita da Kiera Cass é envolvente e a narrativa se desenvolve muito bem. Você termina com vontade de correr para ler A Elite e os contos O Príncipe e O Guarda.

É um livro multifacetado e indicado para quem curte romances, contos de fadas e distopias. Super recomendado!

Beijos!