As Vantagens de ser Invisível - Stephen Chbosky

Livro: As Vantagens de ser Invisível

Autor (a): Stephen Chbosky

Editora: Rocco

Ano: 2007

ISBN 978-85-325-2233-7

"Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela."

Oie, tudo bom?

Sabe quando você termina um livro se perguntando os motivos das pessoas gostarem dele? Foi essa a sensação que tive ao terminar As Vantagens de ser Invisível. O livro é contado através de cartas escritas por Charlie para um amigo e nelas ele conta sobre seu cotidiano. Na narrativa não fica claro se esse amigo é real ou imaginário.

Charlie não é um adolescente estranho, desajustado, esquisito, sensível e invisível. A narrativa começa com ele contando sobre o suicídio de seu amigo Michael e como ficou sozinho após a sua morte. Ele tem apenas 15 anos e começa uma amizade com Patrick e Sam, irmãos veteranos no colégio que podem ser rotulados como alternativos.

"Só queria que Deus, ou meus pais, ou minha irmã, ou alguém, me dissesse o que há de errado comigo. Que me dissesse como ser diferente de uma forma que faça sentido. Que fizesse tudo isso parar." (pág. 149)

"-Charlie, você é tão idiota ás vezes. Sabia disso?

-Sabia. Mesmo. Eu sei disso. Sério." (pág. 163)

Com os dois, Charlie conhece o amor, as drogas, as bebidas alcoólicas, o mundo das festas e da música. Um aspecto que me incomodou nesse livro, foi o excesso de incitação às drogas e ao álcool. Podem me chamar de careta, mas não é um assunto que eu goste de ver tão explicito ou utilizado em um livro como algo comum. Mas, como a história se passa no inicio da década de 90 eu tentei ver com os olhos daquela época.

Charlie se apaixona por Sam e ela se torna um porto seguro para sua mente tão conturbada. Ela me pareceu a pessoa mais sensata e mais predisposta a compreendê-lo.

O protagonista tem uma relação muito boa com seu professor Bill que lhe reporta diversos livros para ler e depois pede que ele escreva sobre eles. Apesar de ser tão diferente, Charlie é muito inteligente e Bill foi capaz de captar o seu melhor. Bill é como aqueles professores que ficam marcados na sua vida acadêmica.

No final o autor revela os motivos para que ele tenha esse comportamento e isso me surpreendeu porque eu não tinha imaginado em nenhum momento da narrativa. O livro faz com que você reflita sobre determinadas situações e aspectos psicológicos. Mas, o livro não me agradou como eu imaginava. Tirando o Charlie, os outros personagens não me cativaram.

O protagonista também fala muito de sua família, sua mãe, seu pai, seu irmão mais velho que vai para a faculdade e sua irmã. Eles sempre são citados nas cartas escritas por ele e cada um, do seu modo, tenta entendê-lo.

É um livro curto com pouco mais de 200 páginas, mas com uma narrativa cheia de assuntos intrincados e sérios. Charlie é um representante dos abastados da sociedade que não segue regras determinadas. Ele gosta de viver plenamente, mas sabe que algo está errado e lhe incomodando. O leitor também sente esse "incômodo" que só passa no final do livro.

Beijos!