Zac e Mia - A. J. Betts

Livro: Zac e Mia
Autor (a): A. J. Betts
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
ISBN 978-85-8163-774-7

"A última pessoa que Zac esperava encontrar em seu quarto de hospital era uma garota como Mia - bonita, irritante, mal-humorada e com um gosto musical duvidoso. No mundo real, ele nunca poderia ser amigo de uma pessoa como ela. Mas no hospital as regras são diferentes. Uma batida na parede do seu quarto se transforma em uma amizade surpreendente. Será que Mia precisa de Zac? Será que Zac precisa de Mia? Será que eles precisam tanto um do outro? Contada sob a perspectiva de ambos, Zac e Mia é a história tocante de dois adolescentes comuns em circunstâncias extraordinárias."

*Livro cedido em parceria com a Editora Novo Conceito.

Oie, tudo bom?

Zac e Mia é um sick-lit? Sim. Tem uma garota e um garoto com câncer? Sim. Pode lembrar A Culpa é das Estrelas? Pode. É igual a ACEDE? Não.

Zac Meier é um adolescente com câncer e acabou de passar por um transplante de medula. Certo dia uma paciente chega no quarto ao lado e começa a escutar uma música da Lady Gaga bem alta. A paciente é Mia Phillips, ela também é adolescente, está com câncer na perna e através de uma batida na parede ela consegue se comunicar com Zac. Quando ela envia uma solicitação de amizade pelo Facebook e os dois começam uma relação que nem eles conseguem explicar.

Esse livro pode parecer mais um sick-lit, mas seu grande diferencial são os protagonistas bem construídos e humanos, com defeitos e acertos. Zac é um cara que só queria ser normal, jogar futebol e não ser tão dependente da mãe quando está no hospital. Ele tem uma família bacana e todos vivem em uma fazenda. Já a Mia não está lidando muito bem com a descoberta do câncer, não contou a ninguém  que está doente e tem uma relação conflituosa com a mãe.

O Zac está sempre pesquisando sobre o câncer, para saber sobre taxas de rejeição, taxa de sobrevivência e outros números que evidenciam como essa doença é devastadora. Quando conhece Mia, ele sabe que ela tem 90% de chance de sobrevivência e não consegue entender porque ela não é grata pela sorte que tem. SORTE, uma palavra forte demais para ser associada ao câncer e Mia não gosta que todos no hospital digam isso a ela o tempo todo.

O livro não tem uma narrativa cheia de reviravoltas e planos mirabolantes, são dois jovens com câncer que precisam lidar com seus medos e desejos sobre um futuro que pode não existir. No início eu me irritei com a Mia por causa do seu jeito mimado e que só pensava em si. Zac, ao contrário, me conquistou com seu jeito inseguro e divertido.

A escrita da autora é fluida, dinâmica, despretensiosa e pode ser lida em algumas horas. Ela conseguiu transportar um assunto tenso para uma narrativa mais "leve". Talvez por causa disso, a história não seja tão tocante ou emocionante para o leitor. Não são histórias de vida que fazem o leitor chorar, mas conseguem fazer você pensar nessa doença e tudo que ela acarreta. A narração alternada foi uma opção inteligente da autora porque nos aproximou dos personagens, pois eles passam muito tempo em cidades diferentes.

Os personagens secundários são formados pelas famílias dos dois e mesmo sem tanto destaque, eles proporcionam momentos importantes e delicados.

Zac e Mia pode não ter um enredo original, mas conseguiu se reinventar dentro do gênero. A mensagem que o livro passa é muito inspiradora, mas sem apelar tanto para o emocional Um diferencial é que ele se passa na Austrália, país pouco retratado nos livros lançados por aqui.

Gostei dos personagens, da trama e principalmente do desfecho da história. Uma leitura para quem gosta de romances e sick-lits.

 Beijos!