O Papai é Pop - Marcos Piangers

Livro: O Papai é Pop
Autor (a): Marcos Piagers
Editora: BelasLetras
Ano: 2015
ISBN 978-85-8174-246-5

"Então, você vai ser pai. Você sabe que precisa comprar uma casa maior. Tem que ter mais espaço pra criança. Tem que ter mais um quarto no apartamento. Tem que ter um berço novo, não pode ser aquele que a vizinha se dispôs a emprestar. Então você sabe que tem que trocar de carro, com seis airbags, no mínimo, ar-condicionado de fábrica. O que o humorista Marcos Piangers descobriu ao ser pai jovem é que essas preocupações não fazem diferença nenhuma. O que vale mesmo não é pagar pela melhor creche, se você é o último a buscar seus filhos. Não é comprar os melhores brinquedos, porque as crianças gostam mesmo é das brincadeiras que não custam nada. No fundo, o que importa mesmo, como os textos divertidos e emocionantes de Papai é Pop mostram, é você estar com seus filhos, não pensando em outra coisa, mas estar lá. De verdade."

*Livro cedido em parceria com a editora BelasLetras.

Oie, tudo bom?

Sabe aqueles livros despretensiosos e que te conquistam logo de cara? Esse livro se encaixa perfeitamente nessa definição. O Papai é Pop é um livro de crônicas escritas pelo jornalista catarinense, Marcos Piangers. Ele trabalha com comunicação jovem, é colunista no jornal Zero Hora, participa de um programa chamado Pretinho Básico e possui um canal no Youtube. Pai das garotinhas Anita e Aurora, ele discorre em crônicas divertidas, algumas situações comuns na vida de um pai.

Tinha um tempo que não lia nenhum livro de crônicas, mas gosto bastante do gênero porque me lembra jornal impresso. Eu perdi meu pai com 2 anos idade, depois que ele foi assassinado quando reagiu a um assalto, então eu não tive essa figura paterna, mas não senti falta porque é meio difícil sentir falta de algo que nunca se teve. Porém, minha mãe foi essa figura que estava ali ao meu lado em todos os momentos, a mãe do Piangers também foi mãe solteira.

"Existem vários tipos de pai. Desatentos, inseguros, dedicados, ocupados, estressados, agitados, brincalhões. Há pais que fazem tudo, e há pais que não fazem nada. Há pais que ajudam no tema, dão banho, fazem aviãozinho de colher, contam histórias antes de as crianças dormirem. Há pais que ensinam a andar de bicicleta, que levam no estádio, que dormem no sofá e deixam os filhos dormirem em cima. Pais que deixam os filhos fazer tudo. Distantes, carinhosos, inconvenientes, moderninhos. Há pais de todos os tipos." (pág. 17)

Eu amei ler esse livro porque foi um momento de leitura descontraída. As crônicas são ótimas, engraçadas e leves. Sabe quando você gargalha lendo um livro? As pessoas ao lado me olhavam torto, mas a escrita do Piangers é muito envolvente. Um trecho muito engraçado é quando ele fala da Galinha Pintadinha e diz que ela tomou o lugar da Supernanny. É divertido porque eu desconhecia o poder dessa galinha até o Miguel se encantar por ela (qual o segredo da galinha azul?).

O Miguel, meu filho, nasceu no final de março desse ano, e já me identifiquei com alguns momentos vividos pelos pais e relatados nesse livro. Pode parecer que ele foi escrito apenas para quem teve filho, pelo contrário, é uma leitura que também fará você recordar do seu pai.

Eu amo muito a minha família, com seus defeitos e qualidades, e encontrar várias histórias que exaltam esse convívio, é algo que me cativou. Uma coisa que ele fala bastante é o fato da nossa geração ser extremamente preocupada em dar todos os bens materiais para o filho, mas não se preocupar em "estar presente" na vida do seu filho. Ir nos eventos escolares, levar para passear, conversar, passar um tempo juntos, são coisas que os pais deixaram de lado pela falta de tempo. Eu penso da seguinte forma: não adianta pagar a melhor escola se você não é amigo dos seus filhos.

"Somos a geração pró-educação construtivista, a geração que mais disse eu te amo para seus filhos. Por Deus! Somos a geração que se preocupa com a quantidade de sódio na água mineral! Nossos pais nos davam água e torneira pra beber! Somos os melhores pais da história, com certeza!" (pág, 35)

Outro ponto que gostei no livro, foi ele comentar sobre as vantagens de ser pai. É difícil explicar para uma pessoa sem filhos porque você é feliz com crianças correndo pela casa e chorando no meio da noite. Eu sou um belo exemplo disso e posso dizer que quando seu filho sorri para você, toda essa rotina cansativa se apaga e fica só o amor por aquele ser que você colocou no mundo. Quando o Miguel sorri ou quando vejo que ele aprendeu algo novo, esqueço os momentos de birra, o cansaço e a dor no braço por segurá-lo por muito tempo. Você pode não entender agora esse tipo de amor, mas espero de coração que entenda um dia.

"Ser pai jovem está na moda porque as fotos ficam lindas nas redes sociais. Mas quando você está em um evento rodeado de mochilas, fraldas, panos pra limpar o nariz e chupetas, as pessoas te olham com pena. Elas não entendem que é uma parte do negócio. Chato ou divertido, isso é ser pai. Ser pai é estar com os filhos." (pág. 55)

Cada crônica fala sobre situações na vida de um pai: passear com os filhos em um shopping e sair de lá com a impressão de que saiu de uma guerra, relacionamento com os avós, alimentação infantil, viagem sem os filhos, educação e presentes em datas comemorativas. Tudo de uma forma simples e bem escrita.

A diagramação desse livro está espetacular com detalhes incríveis na contracapa, ilustrações, fontes diferentes e algumas tarefas para o leitor. A capa também ficou muito bonita.

O Papai é Pop é um livro que pode facilmente ser lido em poucas horas. Uma leitura despretensiosa sobre a relação de pai e filho na atualidade. Amei cada momento dessa leitura e recomendo para todos.

Beijos!