Primeiro e Único - Emily Giffin

Livro: Primeiro e Único
Autor (a): Emily Giffin
Editora: Novo Conceito
Ano: 2015
ISBN 978-85-8163-599-6

"Shea tem 33 anos e passou toda a sua vida em uma cidadezinha universitária que vive em função do futebol americano. Criada junto com sua melhor amigas, Lucy, filha do lendário treinador Clive Carr, Shea nunca teve coragem de deixar sua terra natal. Acabou cursando a universidade, onde conseguiu um emprego no departamento atlético e passa todos os dias junto do treinador e já está no mesmo cargo há mais de dez anos. Quando finalmente abre mão da segurança e decide trilhar um caminho desconhecido, Shea descobre novas verdades sobre pessoas e fatos e essa situação a obriga a confrontar seus desejos mais profundos, seus medos e segredos."

*Livro cedido em parceria com a Editora Novo Conceito.

Oie, tudo bom?

Não sei se vocês sabem, mas eu sou uma grande fã dos livros da Emily Giffin. Quando fiquei sabendo que a Novo Conceito lançaria mais um livro dela, não tive dúvidas em solicitar para resenha.

Primeiro e Único conta a história da Shea, uma mulher de 33 anos que cresceu ao lado da sua amiga Lucy, filha do treinador Clive Carr, uma importante figura na pequena cidade do Texas onde eles vivem, por causa do seu trabalho na equipe universitária local. Shea sempre foi apaixonada por futebol americano e ao longo dos anos nutriu uma admiração enorme pelo treinador Carr. Ela se formou em jornalismo, mas trabalha em uma função administrativa da universidade há dez anos.

Com a morte da Sra. Carr, todos sofrem um baque porque ela, assim como o marido, tinha uma grande importância para a comunidade. Shea dá todo o apoio a sua melhor amiga e tenta ajudar o treinador. Ela sempre o admirou, mas durante a leitura você começa a perceber que o que ela sente por ele parece ser mais do que admiração. Pelas atitudes que ela tem, é claro que existe um sentimento mais forte rolando e que ela sempre manteve escondido ou não tinha percebido ainda.

"Nossa conversa, os seus olhos, o modo como eu me sentia perto dele, fosse em seu escritório ou no bar. Era diferente da maneira como eu me sentia com qualquer outra pessoa. O treinador mexia comigo, e, embora eu sempre tivesse atribuído esse nervosismo ao fato de estar tão próxima de uma figura grandiosa, comecei a me preocupar que talvez fosse algo mais." (pág. 152)

Infelizmente não foi uma leitura fácil para mim. O primeiro ponto negativo é a protagonista, uma personagem insegura, carente e muito chata. A narrativa foi escrita em primeira pessoa e isso foi extremamente negativo porque a Shea me incomodou muito com seu jeito. Ela só sabia falar de futebol americano e ficava cega para as outras coisas que aconteciam. Por falar nisso, do começo ao fim, o livro cita e usa o futebol americano na narrativa. Na capa já é possível ver a importância do esporte na história, mas em alguns trechos o livro ficou enfadonho por causa disso. Até eu, que gosto de esportes no geral, me irritei com esse excesso.

Outro ponto negativo foi a idade da personagem. Suas atitudes e inseguranças são condizentes com uma adolescente de no máximo 17 anos e não com uma mulher adulta com mais de 30 anos. Shea foi "abandonada" pelo pai quando criança e sempre se sentiu excluída pela figura paterna. Até nesse quesito teria sido mais coerente se fosse uma personagem mais nova.

O interesse entre a Shea e o treinador também me incomodou. Não por causa da idade, mas sim pelo fato deles se conhecerem desde quando ela era uma criança. Não consegui me convencer ou torcer pelos dois.

A Emily gosta de criar histórias com personagens mais humanos e nesse livro não foi diferente. Primeiro e Único tem personagens que erram e acertam, mas dessa vez isso não consegui me envolver na leitura. O livro poderia ter menos páginas, pois é um livro grande sem necessidade.

A escrita da Emily Giffin continua maravilhosa, mas demorei para finalizar a leitura porque não estava curtindo a história. Foi uma série de fatos: a protagonista, o desenvolvimento da narrativa e o assunto retratado. Talvez vocês leiam e tenha uma experiência diferente. Indico a leitura para quem gosta muito da autora e de histórias mais humanas.

"A forma de enxergamos o mundo é pura questão de interpretação. É muito mais querer, desejar e esperar do que acreditar bem lá no fundo." (pág. 214)

Beijos!