Centelha - Amy Kathleen Ryan

Livro: Centelha #2
Autor (a): Amy Kathleen Ryan
Editora: Geração Editorial
Ano: 2014
ISBN 978-85-8130-231-7

"Depois de Brilho, a saga nas estrelas continua… Após uma fuga desesperada da nave inimiga, Waverly e as outras meninas sequestradas conseguiram voltar para a Empyrean. Mas o clima por ali não poderia estar pior. Kieran, o menino gentil e sonhador que Waverly amava, assumiu o posto de capitão e passou a agir como um tirano de sangue-frio, deixando a Empyrean sob uma tensão sinistra. Seth Ardvale, líder brilhante e arqui-inimigo de Kieran, foi trancafiado na prisão, sem julgamento. As crianças prodígios que mantêm a nave funcionando estão revoltadas com o autoritarismo do líder. Para completar, uma explosão faz soar o alarme de mais uma ameaça."

*Livro cedido em parceria com a Editora Geração Editorial.

Oie, tudo bom?

Quem leu a resenha de Brilho aqui no blog sabe que eu adorei essa distopia e estava contando os dias para ler Centelha. Essa série distópica se passa em duas naves-mãe que viajam há anos no espaço em busca da Terra Nova, depois que se tornou impossível viver no planeta que conhecemos atualmente. No primeiro livro vimos que a New Horizon atacou a Empyrean, matando os adultos e sequestrando os que restaram. Agora a Empyrean está cheia de crianças que tentam a todo custo apenas sobreviver.

Waverly é uma protagonista  forte, destemida e que não tem medo de lutar pelo que acredita. Quando ela vê seu namorado Kieran como um líder autoritário da nave, ela não tem dúvidas de que terá que enfrentá-lo para que o comando não se torne uma ditadura. Nesse segundo livro a Waverly estái mais fragilizada pelos acontecimentos do livro anterior e, também está sendo injustiçada ao ser acusada de cúmplice em um atentado realizado dentro da nave.

Eu me surpreendi com o fato da Waverly ser maltratada por algumas garotas apenas porque ela não conseguiu ter um resgate bem sucedido no primeiro livro. Ela passou de líder das meninas, para a garota que não fez o suficiente. No começo ela não revida as acusações, mas no decorrer da narrativa a personagem cresce e passa a lutar para melhorar o ambiente dentro da nave. A Waverly começou a série como uma garotinha, mas teve que amadurecer prematuramente para sobreviver.

Kieran é apenas um adolescente, mas teve que assumir grandes responsabilidades dentro da nave. Eu não o condeno desde o começo, mas ele optou por um discurso religioso para conquistar apoio das crianças e nesse ponto a autora faz uma crítica muito interessante sobre lideranças religiosas. Kieran se parece com a Pastora Mather (continua uma verdadeira vaca!) e isso amedronta e assusta as meninas da nave que sabem como é viver sobre a imposição religiosa. 

O antagonista da história, desde o primeiro livro, é o Seth (meu personagem preferido). Seth é cheio de defeitos, mas sei que ele é um bom garoto que já sofreu muito na vida. Ele é inteligente, justo, valente e nesse livro ele mostrou novamente porque gosto tanto dele. Ao contrário de Kieran, Seth consegue ver que algo está errado e que uma tragédia está prestes a acontecer.

Centelha possui uma narrativa incrivelmente fluida que me fez terminar a leitura em apenas um dia. A história é cheia de momentos de apreensão, dúvidas e suspense em relação a um futuro incerto. A história do terrorista dentro da nave poderia ter sido explorada de uma forma diferente, pois ficou mal explicada toda a facilidade que ele teve para caminhar e viver dentro da nave.

Essa distopia tem determinadas características do gênero com a diferença de ser ambientada no espaço sideral. Além disso, a nave está sendo comandada apenas por crianças e adolescentes, e isso pode parecer meio irreal, mas eu coloquei na cabeça de que se trata de uma situação fictícia e distópica onde as pessoas estão em uma situação extrema de sobrevivência. Quando eu penso que todos estão em uma nave, fico imaginando como deve ser triste não ver o sol, o céu azul ou fazer outras coisas que são impossíveis para quem está vivendo ali.

Nesse segundo livro a autora deixou a história mais apreensiva e temos pouca ação de verdade. Não achei a narrativa cansativa e acredito que ela esteja preparando muitos conflitos para o último livro da série. Aliás, uma guerra é uma situação cada vez mais eminente e inevitável (vamos aguardar cenas do próximo capítulo).

Centelha foi um bom segundo livro e manteve o pique dessa história, desvendando alguns segredos do passado e deixando algumas pontas para o futuro. Estou ansiosa para o último livro, pois o desfecho de Centelha foi bem incerto e angustiante. Um livro indicado para todos que gostaram de Brilho e também para os leitores assíduos de distopias.

Beijos!