Se eu Ficar - Gayle Forman + Comentários sobre o Filme

Livro: Se eu Ficar
Autor (a): Gayle Forman
Editora: Novo Conceito
Ano: 2014
ISBN 978-85-8163-541-5

"Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais – mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera... e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente – e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas."

Oie, tudo bom?

O primeiro motivo que me levou a desejar ler esse livro foi a sinopse do filme homônimo lançado recentemente. Confesso que assisti ao filme antes da leitura, mas fiz isso porque estava com muita vontade de conferir a adaptação cinematográfica.

Se eu Ficar é um Young Adult protagonizado pela Mia, uma adolescente apaixonada por música clássica e uma musicista talentosa. Ela toca violoncelo desde criança e isso sempre a diferenciou de sua família, pois seus pais são rockeiros e seu pai tocava em uma banda por muitos anos. Ele parou de tocar para se tornar professor e ser uma pessoa mais responsável. Ela tem um irmão mais novo chamado Teddy, que também compartilha o amor pelo rock. 

Mia sempre se achou uma verdadeira forasteira em sua própria casa, apesar de ter uma família unida e totalmente alternativa. Seus pais sempre incentivaram seu talento, mas ela sempre se sentiu diferente de todos. Nas primeiras vinte páginas conhecemos a família e já ocorre o acidente que mudaria o rumo dos personagens. Depois de bater contra um caminhão, o carro da família de Mia fica destruído, seus pais estão mortos, seu irmão em estado grave e ela em coma. Mia descobre que está tendo uma experiência fora do seu corpo (como no filme E se Fosse Verdade) e consegue acompanhar a equipe médica ao hospital.

"Voces podem achar que são os médicos ou as enfermeiras ou todos estes equipamentos que controlam o show. Nã-não. É ela quem controla o show. Talvez, ela esteja só esperando a hora certa. Por isso, conversem com ela. Digam que pode usar o tempo que for necessário, mas que volte, porque estão esperando por ela. (pág. 70)

Eu esperava bem mais dessa leitura, mas acredito que minhas expectativas não foram alcançadas por causa da forma com que a história foi contada. O livro é cheio de flashbacks em que a Mia conta como eram suas relações familiares, sua amizade com Kim e seu namoro com o músico Adam. O problema é que essa narrativa me distanciou da personagem e em nenhum momento eu conseguir me emocionar com o sofrimento da protagonista.

O momento que mais me tocou foi o trecho onde o avô conversa com ela no quarto de hospital. Durante toda a leitura, eu fui levada pela narrativa e não fui realmente tocada pela situação em que a personagem se encontrava.

O romance com o Adam também não conseguiu me cativar. Primeiro, porque a Mia passa metade do livro reclamando que eles são diferentes e que não consegue se encaixar no universo dele. Segundo, porque a autora não criou um vínculo forte entre os dois na história e quem lê não consegue torcer tanto assim pelos dois. O Adam é um pouco mais velho e mostrou mais maturidade no relacionamento.

"É de você que eu gosto. Você está, sem dúvida, mais sexy e, sabe, essa peruca loira e diferente e tal. Mas a Mia que esta aqui, nesta noite, é a mesma por quem me apaixonei ontem e a mesma que vou amar amanhã." (pág. 85)

Eu gostei da forma com que a música faz parte da vida da protagonista e como a sua vida está relacionada com o violoncelo. Se eu Ficar é um romance que respira música e que também te faz refletir sobre a vida. Me lembrei de familiares que estiveram internados e sei como é difícil perder alguém importante. Esse livro não discute esse assunto com profundidade, mas realmente me fez pensar um pouco sobre o assunto.

Outro ponto positivo na história foi a relação bonita e sincera dos pais da Mia com seus filhos. Pais compreensivos assim sempre me encantam, pois é algo que pretendo adotar com meus filhos quando tiver os meus. Também gostei da amizade que a protagonista tem com a Kim e como essa personagem secundária consegue ser tão importante no momento em que a Mia está hospitalizada.

Se eu Ficar é um bom livro, mas não consegue emocionar o leitor como deveria. Talvez tenha sido a narrativa ou a protagonista. Eu ainda recomendo a leitura para todos que apreciam uma leitura reflexiva com elementos inspiradores. Um livro que valoriza a família, a amizade e o amor.

Breve comentário sobre o filme

Eu não costumo fazer comentários sobre adaptações literárias, mas decidi fazer sobre esse livro pela opinião diferente que eu tive sobre as duas versões. Tudo o que o livro não conseguiu me emocionar, o filme conseguiu. A Mia ainda é uma menina insegura, mas no filme isso é pontuado na medida certa. Além disso, na sala de cinema eu fui tocada pela dor e angústia da personagem ao saber da morte dos seus pais. O espectador consegue visualizar a perda que ela tem e como é difícil perder aqueles que se ama.

Outra mudança positiva na adaptação foi o romance com o Adam. O filme está cheio de cenas bacanas dos dois e o ator que interpreta esse personagem é muito FOFO. O romance gera lucros no cinema, mas nesse caso ele ficou bem plausível, jovial e encantador. E, um dos pontos que mais curti nessa adaptação foi sensacional trilha sonora. A banda de Adam toca algumas músicas bem bacanas, principalmente uma canção interpretada pelo Adam com a Mia tocando violoncelo que é simplesmente divina.

Beijos!