Princesa Adormecida - Paula Pimenta

Livro: Princesa Adormecida
Autor (a): Paula Pimenta
Editora: Galera Record
Ano: 2014
ISBN 978-85-01-03420-5

"Era uma vez uma princesa... Você já deve ter ouvido essa introdução algumas vezes, nas histórias que amava quando criança. Mas essa princesa sou eu. Quer dizer, é assim que eu fiquei conhecida. Só que minha vida não é nada romântica como são os contos de fada. Muito pelo contrário. Reinos distantes? Linhagem real? Sequestro? Uma bruxa vingativa? Para mim isso tudo só existia nos livros. Meu cotidiano era normal. Tá, quase normal. Vivia com meus (superprotetores) tios, era boa aluna, tinha grandes amigas. Até que de uma hora pra outra, tudo mudou. Imagina acordar um dia e descobrir que o mundo que você achava que era real, nada mais é do que um sonho."

Oie, tudo bom?

Eu sou uma fã da escrita da Paula Pimenta e quando ela lançou Princesa Adormecida eu fiquei bem ansiosa para conhecer a história. Trata-se de uma releitura do conto de fadas da Bela Adormecida que todos nós já conhecemos através dos desenhos animados e histórias infantis.

Áurea Roseanna Bellora ou Anna Rosa Lopes é uma adolescente que perdeu os pais quando era criança e foi criada pelos tios Fausto, Florindo e Petrônio. O que ela não sabe é que nasceu em um pequeno país chamado Liechtenstein e que foi afastada dos seus pais quando era muito pequena. Áurea/Anna Rosa teve que ir morar com seus tios no Brasil para fugir de Marie Malleville, uma ex-amiga da família que tentou sequestrá-la no dia do batismo.

"No Brasil, todas as pistas que pudessem levar a mim foram destruídas. Até o meu nome foi mudado. De Áurea Roseana Bellora, eu virei Anna Rosa Lopes. Era como se aquela vida que eu tinha até os cinco anos tivesse sido apagada." (pág. 28)

A história retoma anos depois com Áurea/Anna Rosa estudando em um colégio interno apenas para meninas. Seus tios são super protetores, não deixam que ela sair sozinha e sempre a orientaram a não conversar com estranhos ou falar muito de si mesma. Até que certo dia ela recebe uma mensagem no celular de um garoto que vai mudar sua vida e tudo que ela conhece.

Um ponto que me incomodou bastante nesse livro foi o fato da Anna Rosa aceitar conversar com um completo estranho que mandou uma mensagem no seu celular. Gente, me fala onde que uma adolescente de boa sanidade faz isso? Achei que ficou bastante surreal e forçado porque rapidamente os dois fica mais próximos. Sem contar que o garoto fala cada frase de efeito que é pura vergonha alheia.

"Eu sabia que deveria falar não, que do outro lado podia estar qualquer pessoa: meus tios, me testando. Uma das minhas amigas, zoando com a minha cara. Um sem vergonha qualquer, pronto para me seduzir com suas doces palavras..." (pág. 62)

Outra coisa ficou estranha foi a passividade da protagonista com a proteção excessiva dos tios. Quando a gente chega na adolescência é difícil aceitar essas imposições. Por mais que você se dê super bem com sua família, esse cuidado excessivo pode sufocar e irritar, mas Áurea/Ana Rosa achava tudo "normal".

Sem contar que ela passou a vida escutando que não deveria falar com estranhos e a primeira coisa que ela faz é conversar por mensagem com um garoto que ela não sabe quem é. E o motivo dele ter encontrado o número de telefone dela também foi muito estranho. Os personagens não conseguiram me cativar e nem mesmo o casal me fez torcer pelos dois. Uma personagem que prometeu muito foi a vilã Marie Malleville que, quando apareceu na história, ficou só no quase mesmo.

Mas o livro não tem apenas aspectos negativos, pois a diagramação que a editora fez é muito bacana. Não falo apenas da bela capa que vocês já conhecem, mas também dos diversos detalhes que nós ajudam durante a leitura, como os balões que simulam as conversas pelo celular ou uma informação importante contada por meio da reportagem de jornal.

A narrativa da autora é outro aspecto positivo porque é  fluida, despretensiosa, leve e dinâmica. O livro pode ser lido em algumas horas e a história é bem tranquila. Durante alguns capítulos a DJ Cinderela do conto que a Paula escreveu no Livro das Princesas também aparece e gostei bastante da inserção da personagem nesse livro. Aliás, eu curti mais da história da Cinderela.

Recomendo a leitura para quem é apaixonado por história de princesas, releituras de contos de fadas e romances leves. Mas, não esperem uma história muito coerente e elaborada. Princesa Adormecida é um livro juvenil com uma narrativa leve, mas a trama é bem fraquinha. Senti falta daquela emoção que temos lendo os contos de fadas.

Beijos!