@mor - Daniel Glattauer

Livro: @amor
Autor (a): Daniel Glattauer
Editora: Suma de Letras
Ano: 2012
ISBN 978-85-8105-066-9

"Num e-mail enviado por engano, começa um relacionamento virtual que testa as convicções de Leo Leike e Emmi Rothner. Leo Leike, ainda digerindo o fracasso de seu último relacionamento, responde de forma espirituosa a duas mensagens enviadas por engano por Emmi Rothner, casada. Inicialmente, ela só queria cancelar uma assinatura de revista. Depois, inclui Leo por engano entre os destinatários de um e-mail de boas festas. Na terceira troca de e-mails, o mal-entendido dá lugar à atração mútua, reforçada pelo fato de um nunca ter visto o outro. Nada como a curiosidade instigada por frases bem encadeadas chegando a intervalos regulares numa caixa postal eletrônica para que os dois se esqueçam dos possíveis impedimentos. A cada dia, Leo e Emmi se sentem mais impelidos a marcarem um encontro."

Oie, tudo bom?

Antes de começar a resenha quero dizer que esse livro já está na lista de decepções do ano. Antes da compra de @mor eu já tinha lido diversas resenhas sobre ele e tinha muitas expectativas. Mas nenhuma delas me deu a real dimensão dessa história. A narrativa é contada através dos e-mails trocados entre os protagonistas Emmi e Leo. Certo dia a Emmi envia um e-mail errado para Leo e logo depois ele é adicionado por engano no cartão eletrônico de boas festas que ela envia no fim do ano.

"Nos mal nos conhecemos ou não nos conhecemos absolutamente, Contudo, agradeço pelo seu afetuoso e muitíssimo original e-mail coletivo! É preciso que a senhora saiba: eu amo e-mails coletivos, enviados a um coletivo a qual eu não pertenço." (pág. 8)

Os dois passam a se comunicar pela internet e lá conversam sobre diversos assuntos e aos poucos descobrem coisas um do outro. Leo é um professor universitário solteiro e Emmi é casada e cuida dos enteados também. Quando as trocas de e-mail começam a ser diárias, eles evitam falar sobre assuntos pessoais e conversam desde amenidades a temas mais complexos.

O que mais me incomodou durante a leitura foi não conseguir me afeiçoar aos protagonistas. O excesso de "mimimi" contribuiu para isso porque os e-mails eram sempre assim: "Vamos nos encontrar", "Não vamos nos encontrar", "Não estamos fazendo nada de errado", "Eu tenho marido"...blá, blá, blá. Era extremamente chato ver dois adultos agindo como adolescentes porque não foi convincente pra mim.

Ninguém nessa vida está impedido de se interessar por outra pessoa, mas a aproximação da Emmi com outro cara chamou minha atenção durante a leitura. Podem me chamar de puritana, mas seja no mundo literário ou na vida real, uma mulher casada que conversa com um completo desconhecido por vários meses dá margem para dúvidas e questionamentos. E não digo isso por ela ser mulher, mas sim porque ela tinha um compromisso com seu marido e não com Leo.

"Não Leo, eu apenas simpatizei muito com você. Eu gosto de você. Até demais! Muito, muito, muito! E eu simplesmente não posso crer que você não queira me ver. Isso não quer dizer que devemos realmente nos ver. Dever é claro que a gente não deve! Mas eu, por exemplo, gostaria de saber como você é." (pág. 29)

Conheço pessoas que tiveram dificuldade para se acostumar com a narrativa dos e-mails, mas não tive nenhum problema em relação a isso porque gosto de livros escritos dessa forma. Porém, os e-mails eram muito prolixos, cansativos e redundantes. Em alguns momentos eram pequenas mensagens, mas eles também trocavam grandes textos que deixaram a leitura mais cansativa.

Leo foi meu personagem preferido porque ele é mais coerente entre os dois. Gostei mais dos e-mails dele e entendia o seu lado na história, pois ele estava se interessando por uma pessoa comprometida. No decorrer da narrativa, Leo se apaixona pela Emmi e isso fica evidente nos e-mails que ele envia.

"Não, Emmi, você não é uma qualquer. Se alguém não pe uma qualquer, esse alguém é você. E não o é de forma alguma pra mim. Pra mim, você é como uma segunda voz dentro de mim, que me acompanha durante o dia a dia. Você fez do meu monólogo interior um diálogo." (pág. 68)

Esse livro tem uma boa nota no Skoob, mas a história realmente não funcionou comigo pelos motivos que citei acima. Recomendo que vocês leiam e tirem suas conclusões, mas eu não pretendo ler a continuação que se chama Emmi e Leo: A Sétima Onda e já foi lançado no Brasil pela Suma de Letras.

Beijos!