Extras - Scott Westerfeld

Livros: Extras
Autor (a): Scott Westerfeld
Editora: Galera Record
Ano: 2012
ISBN 978-85-01-08368-5

"No quarto livro da série, A Era da Perfeição ficou no passado. Nesse novo mundo onde Aya Fuse — não apenas uma Feia de 15 anos, mas uma Extra — tenta sobreviver, existe uma coisa muito mais importante e poderosa do que a beleza: a fama. Ocupando o 451.611º lugar em uma tabela que mede a popularidade das pessoas, Aya é só uma Extra nesse complexo sistema social. Mas a descoberta de um grupo de misteriosas meninas que se arriscam a surfar em trens magnéticos pode ser a oportunidade perfeita para alcançar o seu lugar no topo. Uma matéria tão boa que irá despertar o interesse de todo mundo, incluindo alguém há muito desaparecido."

Oie, tudo bom?

Eu já comentei em diversos vídeos aqui no blog que a distopia Feios foi bem decepcionante para mim. Extras é o quarto livro da série com uma protagonista diferente dos livros Feios, Perfeitos e Especiais. Além disso, esse livro possui outro tipo de discussão, que antes era a imposição da beleza, e agora se trata da busca pela popularidade e a fama.

A protagonista é Aya Fuse, uma garota de 15 anos que sonha em ser popular. Na sociedade em que ela mora, conquistar popularidade é o objetivo de todos e para ser famosa a pessoa precisa conquistar méritos realizando diversas tarefas ou fazendo matérias interessantes. Todos possuem um canal onde falam sobre variados assuntos, mas são tantas pessoas querendo a mesma coisa, que Aya não chega nem perto da popularidade. Diariamente ela visualizava sua posição em um ranking de popularidade e sempre se decepciona.

"Aya se lembrava vagamente da Era da Perfeição, quando bastava pedir por roupas fantásticas ou por uma nova prancha voadora para elas surgirem de um buraco na parede como se fosse mágica, Mas, hoje em dia, o buraco não dava nada decente a não ser que a pessoa fosse famosa ou tivesse méritos para gastar." (pág. 12)

Após os acontecimentos do último livro, essa sociedade passou por drásticas transformações e vários grupos começaram a surgir. O lugar onde Aya vive é correspondente ao Japão e lá existem os seguintes grupos: os viciados em cirurgia, os pixelados, os cabeças de mangá (achei isso engraçado porque são pessoas com o rosto parecido com os personagens de mangá), os jogadores de aerobol, etc. As pessoas que gravam vídeos para seus canais são chamadas de divulgadoras e o objetivo da protagonista é ser famosa e chegar ao posto alcançado por seu irmão Hiro. Para tanto, ela utiliza uma câmera que apelidou de Moggle que grava imagens nas situações mais adversas.

O conceito de popularidade é algo muito presente em nossa sociedade porque as pessoas acham que ser famoso é ser alguém, mas as duas coisas não estão relacionadas. A protagonista desse livro era capaz de muitas coisas para conquistar um pouco fama, mas durante a leitura você percebe que ela não tem consciência do que a fama traz para a vida de alguém. Uma pessoa famosa praticamente perde seu direito de andar tranquilamente por causa da segurança, da privacidade e por uma série de outros fatores. Ser famoso, não apenas no livro, exige muita dedicação e trabalho.

"A fama não era como a beleza, pela qual a pessoa tinha que esperar até ter 16 anos ou ser sortuda como Nana Love e ter nascido linda. Fama é algo que você mesmo pode fazer." (pág. 102)

Essa série discute assuntos interessantes: a importância que a sociedade dá para a beleza e a popularidade. Porém, Extras é um livro de 400 páginas que não acrescenta informações relevantes para essa distopia. Eu resolvi ler porque era uma questão de honra terminar a série, mas a impressão que dá é que o autor escreveu apenas por obrigação.

A história protagonizada por Tally Youngblood teve um final e realmente não havia necessidade de uma trama paralela. Aya não é uma protagonista que arrebata o leitor, assim como Tally também não. É difícil aguentar a fixação dela com a popularidade porque durante a leitura a protagonista me irritou muito com esse blá blá blá.

Outros personagens do livro são Hiro, Ren e Frizz, amigos de Aya, mas nenhum conseguiu ser cativante durante a leitura. Eu gostei da amizade entre Aya e sua câmera Moggle, mas nem isso consegue empolgar tanto.

Apesar disso, a narrativa do autor é muito agradável e mesmo nas partes mais chatas, a leitura é rápida e flui sem grandes problemas. Minha dica: se você já está lendo um dos livros da série faça uma avaliação e decida se vale a pena continuar. Talvez você tenha uma percepção diferente da minha e acabe gostando do livro.

Beijos!