Freud Me Tira Dessa! - Laura Conrado

Livro: Freud Me Tira Dessa!
Autor (a): Laura Conrado
Editora: Novo Século
Ano: 2012

"Freud, me tira dessa! narra a história de Catarina, uma jovem que passa a morar sozinha em função do novo emprego. Dona de uma vida amorosa catastrófica e disposta a rever suas escolhas, Cat busca ajuda na psicoterapia. Como se não bastasse o dolorido processo de conhecer a si mesma e de adentrar na relação com seus familiares, Catarina se apaixona pelo terapeuta. No auge de sua angústia, a personagem recorre ao pai da Psicanálise para sair dessa. Por meio das confusões de Cat, é possível não simplesmente rir, mas também se identificar com a profunda trajetória de autoconhecimento e aceitação da própria história."

Oie, tudo bom?

Conheci a Laura Conrado durante a Bienal do Rio e simpatizei muito com a autora, mas ainda não tinha lido nenhum dos seus livros. Porém, no últimos dois meses consegui ler Só Gosto do Cara Errado e Freud me Tira Dessa! Nesse livro, a autora faz uso da psicanálise como um pano de fundo para sua protagonista e deixa a narrativa única e interessante.

Catarina, uma garota no corpo de mulher, tem 23 anos, mora sozinha em Belo Horizonte, trabalha em uma grande empresa e nunca conseguiu manter um relacionamento duradouro. Depois que Rubens, um colega de trabalho, termina com ela para ficar com uma mulher "sem graça" da empresa, Catarina tenta entender porque os caras nunca ficam realmente interessados nela.

"O que toda mulher quer é encontrar alguém que goste dela, estar numa relação estável, com alguém bacana." (pág. 177)

Cat, como ela é chamada, tem muitos problemas internos como a falta de atenção da mãe durante sua primeira infância, a omissão do pai e o fato de sua irmã ter todo tipo de atenção de seus pais. Após ouvir de uma prima as vantagens da psicanálise, ela decide investir em terapia para se conhecer e entender um pouco mais sobre ela mesma.

O terapeuta é Luiz, responsável por abrir seus olhos para uma nova realidade e por quem Cat se apaixona. Eu esperava um pouco mais desse personagem no livro.

Toda a insegurança dela em relação aos homens estava intimamente ligada aos problemas familiares e foi bem interessante a autora ter trabalhado isso no livro. Cat e sua irmã Amanda são bem diferentes e isso também influenciou no desenvolvimento pessoal e profissional da protagonista.

"Nosso inconsciente é assim. Carrega coisas que herdamos dos nossos paios e todas as impressões que tivemos na vida." (pág. 168)

Em determinados momentos da narrativa vocês podem se irritar com a Cat, como eu me irritei, mas não desistam. O que me incomodou foi a quantidade de reclamações durante a história, pois parecia que a vida dela era horrível e isso não é verdade. Acho que se a autora tivesse deixado a protagonista menos "reclamona", a Catarina seria uma protagonista mais divertida. Além disso, a imaturidade dela em algumas situações foram bem irritantes.

É um chick-lit nacional de leitura rápida (menos de 300 páginas), agradável e que faz pensar sobre o que guardamos em nosso interior. Tem algumas falas engraçadas, mas não fará você gargalhar. Você começa a se analisar um pouco mais sobre as pequenas coisas que incomodam sua vida e como isso pode influenciar quem você é.

"Onde eu estava errando a mão? Por que as coisas na minha vida estavam tão emboladas? Às vezes, sentia-me velha demais; outras vezes, uma menina com problemas na escola." (pág. 15)

Leitura indicada tanto pela literatura nacional, quanto pela história desenvolvida pela autora.

Beijos!