Garota, Interrompida - Susanna Kaysen

Livro: Garota, Interrompida
Autor (a): Susanna Kaysen
Editora: Única
Ano: 2013
ISBN 978-85-7312-862-8

"Quando a realidade torna-se brutal demais para uma garota de 18 anos, ela é hospitalizada. O ano é 1967 e a realidade é brutal para muitas pessoas. Mesmo assim poucas são consideradas loucas e trancadas por se recusarem a seguir padrões e encarar a realidade. Susanna Keysen era uma delas. Sua lucidez e percepção do mundo à sua volta era logo que seus pais, amigos e professores não entendiam. E sua vida transformou-se ao colocar os pés pela primeira vez no hospital psiquiátrico McLean, onde, nos dois anos seguintes, Susanna precisou encontrar um novo foco, uma nova interpretação de mundo, um contato com ela mesma. Corpo e mente, em processo de busca, trancada com outras garotas de sua idade."

*Livro cedido em parceria com a Editora Única.

Oie, tudo bom?

Quando solicitei Garota, Interrompida para a Editora Única, eu não tinha nenhuma informação da narrativa e qual era o tema proposto pela autora. O livro conta a história de Susanna Kaysen, uma garota de 18 anos, que em 1967 foi internada em um hospital psiquiátrico após a tentativa de suicídio. Essa obra é um relato dos dois anos em que ela ficou internada e como era seu dia a dia através de relatos dela mesma e de documentos médicos registrados no livro.

"As pessoas me perguntam: como você foi parar lá? O que querem saber, na verdade, é se existe alguma possibilidade de também acabarem lá. Não sei responder à verdadeira pergunta. Só posso dizer: é fácil." (pág 11)

Nesse livro somos levados a ala das garotas jovens estão internadas no hospital. Cada uma delas tem um determinado problema, distúrbio ou perturbação. Em alguns capítulos temos os relatos sobre internações, surtos e situações cotidianas; e em outros temos divagações e pensamentos de Susanna sobre a mente humana e a loucura. Achei interessante a discussão em torno da loucura humana.

Quando ela foi internada, afirmava que não sofria de nenhuma loucura, mas no decorrer do livro é possível entender os motivos que a levaram ao Hospital McLean.

"Não estava convencida da minha loucura, embora temesse estar louca. Há quem diga que ter uma opinião consciente sobre o problema é um indício de sanidade." (pág. 126)

De todas as pacientes do hospício, a mais rica é Lisa, pois é uma personagem desbocada, inconsequente e diferente. Cada uma das internas também tinham suas peculiaridades e durante os dois anos que Susanna ficou por lá, teve a possibilidade de acompanhar as idas e vindas de pacientes através de um quadro afixado no corredor da sua ala. Outra personagem interessante é a enfermeira Valerie, por causa da forma humana com que tratava as garotas.

"Os lunáticos são como os rebatedores escalados em uma partida de beisebol. Muitas vezes, a família toda é louca, mas como não se pode mandar uma família inteira para o hospício, um de seus membros é declarado louco e internado." (pág. 110)

Durante a leitura comecei a pensar naquele ditado: "De médico e de louco, cada um tem um pouco". Refleti bastante sobre o que leva uma pessoa a perder sua sanidade mesmo sem ter nenhum problema de saúde aparente ou sem ter sofrido um trauma psicológico. Garota, Interrompida não é um romance, um terror ou um suspense. É um relato simples e duro sobre a insanidade e a loucura.

Tive muita dificuldade para me apegar à história, pois a escrita é arrastada em alguns capítulos e eu não consegui me acostumar com a narrativa. Por esse motivo, eu não insistia na leitura do livro por um longo tempo. A narrativa tem alguns palavrões que podem incomodar quem não gosta de livros assim. Indico a leitura para quem tenha interesse ou curiosidade sobre o tema.

Foi produzido um filme baseado nessa história que foi estrelado por Angelina Jolie e Winona Ryder, confiram o trailer:

Beijos!